sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Inspiração x Responsabilidade


Faz tanto tempo que não tenho escrevido mais no blo, não é por desleixo, tão pouco falta de interesse, é sim falta de tempo e também de inspiração. Não adianta ficar escrevendo simplesmente por escrever, se não for para de fato dizer alguma coisa.

As pessoas me questionam de onde vem a inspiração para os meus textos, sejam os daqui ou os do jornal, não sei o que responder. Não há uma receita certa para isso. Eu busco observar as pessoas, as situações, a vida cotidiana, é daí que saem os temas sobre os quais eu escrevo. Sempre gostei de ler e escrever, é um dom, ao qual eu agradeço. Escrever para mim serve também como uma válvula de escape, pois através dos meus escritos eu exponho o meu pensamento, que muitas vezes não tenho coragem de fazer com palavras ditas.

Por mais que muitos não acreditem, sou uma pessoa tímida e uso do papel para quebrar com essa timidez. Através dos meus textos eu deixo que as pessoas me conheçam um pouco mais. Gosto de analisar o que acontece ao meu redor, as pessoas, e a partir dessas observações e vivências é que vou traçando meus textos. Quando começo a escrever tenho apenas uma idéia, seja um acontecimento dos últimos dias, um fato que gerou polêmica, ou o que estou sentido naquele momento, a partir daí, dou asas ao pensamento e as palavras vão surgindo, compondo frases, parágrafos, até no final está o texto pronto. Às vezes isso não acontece, sinto dificuldades em determinar o que escrever - falta inspiração. Mas isso acontece com todo mundo. A cabeça da gente é um turbilhão de pensamentos que em algumas situações fica difícil determinar o que é importante do que é bobagem.

Escrever é algo que me dá uma tremenda satisfação, é uma alegria sem tamanho quando as pessoas comentam sobre os meus textos, indiferentemente se for um elogio ou uma crítica. Só saber que as pessoas param um tempo, dedicam-se à leitura daquilo que eu escrevi, isso não tem preço e me assusta às vezes. A repercussão do que eu escrevo, as pessoas vindo me falar do tema da coluna da semana anterior... Isso me traz mais responsabilidade ainda, pois não posso escrever bobagens, não posso decepcionar aos meus "leitores".

Por isso, nesta semana gostaria de "plagiar" o meu colega também colunista, o Joel Muliterno, e deixar um abraço da "semana" a algumas pessoas que sei que leêm a minha coluna: Valdir e Odila Sgarbossa, Valdir Scalabrin, Carlos Tadeu, Vera Lúcia Sutorillo, Rosa Valquiria, Maria Elizabeth, Guilherme Giovani... e através deles agradecer a todos que lêem minha coluna e dizer que meu e-mail é teredocarmo@yahoo.com.br e que eu gostaria de ter retorno sobre meus textos, críticas, elogios, comentários... Isso além de incentivo serve de inspiração.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Saudades dos tempos de criança



No clima do Dia da Criança, que é nesta terça, dia 12, comecei a rememorar a minha infância e vi o quanto nós, da minha geração (os que estão com 30 e poucos anos), fomos privilegiados se compararmos com as crianças de hoje.
Não tínhamos computador, internet, videogames supermodernos, tantos compromissos... E éramos tão felizes assim. Podíamos brincar na rua, jogar vôlei, futebol, “taco”, bolita, andar de bicicleta, brincar de pega-pega, de esconde-esconde, até a noite, no meio da rua ou na casa de alguém e nada acontecia a não ser algumas leves “escoriações” em razão de quedas desastradas.
Os nossos compromissos eram a escola e a catequese, quando muito alguma pesquisa que nos tomava uma tarde inteira na biblioteca, porque não tínhamos a famosa internet. Precisávamos ler, buscar entre muitos livros já que não tinha o Google para pesquisar pela gente, e daí, copiávamos tudo... As meninas, normalmente, ainda passavam a limpo para ficar mais caprichado.
Não tínhamos brinquedos tão modernos, então usávamos a criatividade para inventá-los. Criar, fantasiar, sonhar... Tínhamos isso todos os dias. Buscávamos livros de aventura para satisfazer a nossa necessidade de “fantasia” – Ilha Perdida, Cachorrinho Samba, a Coleção Vaga-Lume... Desenhos animados na TV eram mais ingênuos, menos fantasiosos e agressivos.
Não nos preocupávamos com a violência, não precisávamos ficar fechados dentro de casa, podíamos ficar um dia inteiro na rua sem correr riscos, a não ser o de tomar umas palmadas da mãe, o que era perfeitamente normal e aceitável e que nos ajudou a conhecer a palavra “limite”, o que hoje poucas crianças conhecem.
Era tão boa aquela época, não existiam tantas crianças obesas, porque elas não precisavam de dieta e nem de academia, porque comiam frutas direto do pé, corriam o dia inteiro, se exercitavam, viviam. Era tão bom quando juntávamos as moedas para comprar balas, “Lolo”, Fanta Uva, Laranjinha, merengue, maria-mole... Tinha um sabor inesquecível, o sabor de infância, de felicidade e liberdade.
É, parece saudosismo, mas sinto saudades da infância, mas daquela infância... Hoje as crianças ficam fechadas nos seus quartos, distantes dos pais, presas aos computadores e aos jogos eletrônicos, seus amigos são virtuais, têm mil compromissos, escola, inglês, academia... E deixam de aproveitar o descomprometimento dessa idade. Pois é, nós fomos felizes e não sabíamos e pena que nossas crianças não poderão viver essas experiências, pois elas poderiam fazer muito bem à formação de suas personalidades. Mas fazer o quê, o mundo mudou, pena que talvez não tenha sido para melhor.